Mudança. Mudança de cidade, de vida, de casa, de móveis que eu estava acostumada. Mudança de realidade. 
Por sorte, o apartamento alugado do Rio era mobiliado, então a mudança em si não teve muito estresse e nem toda a apreensão que estou tendo agora, porque agora eu tenho móveis, e eu não quero que eles cheguem quebrados e demorem até 60 dias pra chegar. Alguém ai já pesquisou de empresas de mudança e viu comentários no Reclame Aqui? É pavoroso! Parece sair mais em conta comprar um caminhão e não precisar contratar ninguém. Bom, espero achar a empresa certa, que ande por essas estradas brasileiras maravilhosas sem danificar minha casa!  

(Nos mudamos na metade de 2012, porém esse post tratará somente de 2013, porque as fotos são de 2013).


Mas mudando de assunto, 2013 foi um ano tão legal que eu só me dei conta disso separando as fotos pra esse post. Eu tinha muita dificuldade em aceitar o meu estilo de vida em 2013: o de dona de casa. Para mim era inconcebível eu ter 25 anos e não estar trabalhando e nem estudando, ainda mais tendo em vista que meu ritmo de vida em Porto Alegre era muito agitado. Eu saia de casa em torno de 7:30 da manhã, trabalhava durante o dia e a noite eu estudava, chegava em casa perto das 23hs. E essa rotina passou a não existir mais. No início foi ótimo, porque eu vivia constantemente cansada, parecendo um zumbi. Mas depois de um tempo eu levei um choque em...não ter o que fazer.
E na minha cabeça as pessoas me julgavam, mas na realidade a maior julgadora de mim era eu mesma. Eu via minhas amigas trabalhando e estudando e eu ali, parada. Não havia nenhuma faculdade de moda em Macaé, pra eu dar continuidade no meu curso e nenhum curso da região me interessava. Se eu quisesse estudar petróleo estava no paraíso. 
E a perspectiva de emprego também não era das melhores: secretária ou vendedora. A primeira opção descarta, me faria imensamente infeliz, não tenho perfil pra trabalhar em escritório lidando com coisas burocráticas. E vendedora, bem, eu trabalhei durante anos com vendas e finalmente tinha conseguido subir um nível: meu último emprego foi com visual merchandising em uma loja. Não era animador voltar um nível para trás. Por sorte consegui um "bico" durante alguns meses em uma loja, onde fazia vitrine 3 vezes por semana.


Então decidi comprar a câmera e tentar trabalhar como fotógrafa. Eu fiz um trabalho inclusive, o de um aniversário do filho de uma colega de trabalho do André (o da foto dessas crianças acima). Mas tinha um porém, eu sou péssima fotografando pessoas com pose, e era esse o tipo de trabalho que teria pra fazer: aniversários, casamentos, batizados. Desisti da ideia, por não ter mercado pro tipo de fotografia que eu me sinto segura ao fazer, e continuei com o blog. E hoje eu vejo que esse espaço foi uma espécie de terapia pra mim. 



Eu sempre gostei de fotografia e de cozinha, aqui consegui unir os dois. E quando tinha a oportunidade de um viagem, vinha parar por aqui também. Como essas fotos abaixo, que foram as primeiras férias. Viajamos pro Rio Grande do Sul, pra visitar a família e rever alguns amigos, passamos um domingo em Gramado...


...e fomos pela primeira vez a São Paulo, cidade que eu amo demais da conta, e só não vou mais lá porque dinheiro não nasce em árvore. 



Com o tempo foi se criando em mim uma paixão inexplicável por pães. Como eu tinha muito tempo livre pesquisava a beça sobre comida, e percebi que um dos alimentos mais primitivos e importantes da alimentação tinha sofrido transformações imensas com a indústria, assim como outros alimentos, mas foi no pão que me grudei igual chiclete. Procurei conhecer o máximo desse alimento, história, formas de preparo. Foi a partir dai que comecei minha jornada no mundinho enfarinhado da panificação.



Fiz uma viagem pra Porto Alegre no meio do ano, peguei um frio do caramba! Nessa viagem consegui visitar o sitio dos meus tios que é um lugar muito especial, me proporciona só felicidade. Também dei uma reformada na estante da minha mãe, juntamente com ela claro, porque a estante é enorme pra fazer sozinha. Foram dias frios aquecidos pelo amor que só na família a gente encontra. 


Aliás isso é algo que aconteceu comigo, eu valorizo muita mais a família agora, depois de ter morado longe. E sei a importância que ela tem na vida de alguém. <3


Voltei empolgada de Porto e fiz algumas artes aqui por casa. Logo depois na volta fomos pro Rio, o André a trabalho e eu pra ficar tirando fotos por ae. No dia em que chegamos estava tendo um show gratuito da Vanessa da Mata em Ipanema. No outro dia fui ao Jardim Botânico e tirei algumas fotos, dentre as quais está uma das minhas favoritas de todos os tempos:


Eu simplesmente amo essa foto. Juro. Eu gosto do enquadramento, da iluminação, do Cristo de fundo...eu me daria um aperto de mãos como parabéns por essa foto, e depois um tapinha nas costas.


2013 foi um ano de conhecer lugares novos também: Arraial do Cabo, Vitória e Ilha Grande.






Sempre conversávamos sobre o que eu poderia fazer com a minha vida afinal. O futuro ainda era meio indefinido, nebuloso, mas começou a se formar a ideia de abrir um negócio, algo como uma padaria, já que eu tinha me dedicado tanto aos pães, porque não ganhar o pão nosso de cada dia vendendo o mesmo?? 
Então no meio do ano eu comecei um curso de Administração de Empresas no SENAC, com duração de um ano, sem saber exatamente como eu iria colocar o conteúdo aprendido em prática depois.


Até o André entrou na dança dos pães e fez o primeiro pão na vida dele que ficou sensacional! O primeiro pão que fiz, em 2012, ficou uó, mais duro que pedra, mas ele pareceu ter um talento nato pro negócio. :)


E novembro foi mês de festinha de aniversário do André e de restaurante mexicano em Porto.


E 2013 chegou ao fim, com a visita dos familiares do André pra passar o natal com a gente :)


Em 2013 eu me senti meio igual esse barco na foto abaixo, parecendo sem rumo, mas que na verdade tinha um rumo. Foi um ano que cresci imensamente emocionalmente. Amadureci na verdade. E esse processo por vezes não é muito fácil. Tudo que vivi me levou para novos caminhos, e eu sou doida o bastante pra dizer que eu viveria tudo de novo. Viveria as incertezas, os medos, as perguntas filosóficas sobre meu papel na sociedade. Eu tive tempo suficiente pra perceber o que queria pra mim. E o que não queria. Encarei 2014 com uma cabeça completamente diferente da que encarei 2013. Como já disse, amadureci. 
As pessoas que conseguem tirar um ano sabático, e viajar pra Tailândia, Nepal ou pra Índia (ou pra qualquer país considerado exótico para os padrões ocidentais) e pensar sobre a vida sempre comentam se sentir transformadas com tal experiência, de como agora elas enxergam a vida de outra forma. Bom, eu posso dizer que 2013 foi meu ano sabático. Eu não fui pro outro lado do mundo, fiquei bem aqui, no meu canto, mas consegui refletir sobre tudo. E eu vejo que tive sorte, porque nem todo mundo tem essa oportunidade de refletir seriamente sobre a vida. 
Tenho só a agradecer, por ter sido um ano que ajudou na minha transformação pessoal, no meu crescimento interno. Hoje eu posso dizer que eu me sinto uma pessoa plena, mesmo tendo uma lista enorme de coisas que ainda quero fazer na vida como conhecer Istambul e ter uma casa com uma  super horta, eu me sinto plena com o que tenho porque 2013 me mostrou que tudo é uma questão de decidir ser e não de esperar ter.


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